domingo, 12 de abril de 2009

A Pequena Aldeia

No inicio da semana santa, o burburinho já se sentia por todo o lado: era preciso lavar as carpetes, os cortinados, arejar as colchas mais bonitas, deixar as escadarias a brilhar, encomendar o cabrito, bom um sem número de preparativos que era preciso organizar e pôr em prática para que tudo estivesse irrepreensível para a chegada do Senhor.
A procissão das velas, na Sexta Feira Santa, era um dos momentos “altos” das comemorações. Era um acontecimento ao qual nem era bom pensar em faltar, aliás era com a maior satisfação que pegava na minha vela, acendia-a e lá ia eu observando o que se passava à minha volta. Devoção? Não sei se lhe posso dar esse nome, mas vontade de estar presente para participar não tenho qualquer dúvida. Estes dias eram uma verdadeira festa.
Quando chegava o Domingo de Páscoa, Beijar o Senhor! Era o momento pelo qual todos esperavam em suas casas. E lá íamos em grupo, durante todo o dia, a casa de familiares e amigos para partilhar com eles a chegada do senhor! A mesa posta com mais ou menos iguarias mas não podia faltar o pão de ló e o queijo. Era assim a Páscoa da minha infância numa pequena aldeia de Portugal. E que saudades eu tenho dela.


Luísa Cairo

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